Foto: Diário/Arquivo
Há algumas convicções firmadas entre articuladores governistas, e não só no PSDB. A primeira é que o adversário a ser batido em 2024, por mais que hoje ainda tergiverse, é o deputado estadual Valdeci Oliveira, do PT. A segunda é que o único capaz de fazer enfrentamento digno e competitivo (traduzindo: com chance de vitória) é o atual vice-prefeito Rodrigo Decimo (foto).
A partir daí, conversando com diversas lideranças próximas do governismo ou nem tanto, mas com acento nas discussões sobre o pleito do próximo ano, sobram dúvidas. Dessa rodada de conversas em off, o colunista chega com uma informação e a dúvida. Esta é se Rodrigo Decimo se filiará ao PSDB.
Aparentemente, isso não será obstáculo. Afinal, os tucanos se dão conta que, e isso sim parece importante a eles, e é a informação, sem uma grande frente de centro-direita muito difícil será derrotar o petista.
Seja por falta de nomes fortes ou mesmo a ausência de apetite de partir para uma disputa polarizada, talvez não seja tão complicado assim formar esse conglomerado. E alguns sinais já foram dados.
A coluna apurou, por exemplo, que outro dia, na capital, papearam grande líder tucano na comuna com a principal liderança do MDB local, o deputado (hoje secretário estadual de Assistência Social) Beto Fantinel. Afora possíveis arranjos sobre eventual participação no governo hoje, 2024 esteve no papo.
Outro sinal, também informado ao colunista, foi a procura do governo por militantes importantes do PP, bastante receptivos a um acordo. E não só para daqui um ano, aliás. E olha que o Progressistas foi adversário da dupla Pozzobom/Decimo em 2020.
Por fim, os atuais partidos já ligados e com atuação (leia-se ocupação de cargos de confiança) no governo municipal. É tido como certo que o Republicanos, presidido pelo vereador Alexandre Vargas, terá de ser “reconvencido”, inclusive para adiar as justas ambições de partir em caminho próprio.
Situação diferente seriam o União Brasil e o PL. Afinal, o primeiro é ainda a agremiação de Rodrigo Decimo e o segundo tem ao menos três postos de primeiro escalão, sem falar noutros cargos importantes. Seriam adesões (mais ou menos) automáticas. Inclusive por falta de opção.
Esse é o relato colhido. Se vai se concretizar ou não, demora pouco para saber. Ah, e o raciocínio é feito independente de haver ou não possibilidade de segundo turno. Logo…
A quantas andam as Federações e os seus efeitos em Santa Maria
Foto: Diário/Arquivo
Na boca do monte não há movimento algum em torno das federações partidárias. Especialmente porque os municípios contam muito pouco, quando as direções nacionais tomam as decisões. Dito isto, o que se percebe é apenas torcida, contra ou a favor.
A seguir, um resumo sucinto de a quantas andam as articulações em curso, deixando de lado, obviamente, as já constituídas: Brasil da Esperança (PT/PC do B/PV), PSol/Rede e PSDB/Cidadania.
Progressistas/União Brasil – a união do PP com o UB, que já esteve forte, hoje esfriou. Aliás, gelou. As divergências regionais sobre a composição praticamente inviabilizaram o acordo tramado nacionalmente. Em Santa Maria percebe-se alívio com esse desfecho.
Tucanos em ação – dos grandes partidos de outrora, é o PSDB o mais preocupado com o futuro. Além da já constituída com o Cidadania, a ideia tucana é ampliar o conglomerado. Negociações avançam com o Podemos (de Sérgio Moro) e refluem com o MDB, por demais fracionado para supor a possibilidade de acordo. Por aqui, se a adesão podemista acontecer, é bastante provável que o edil Tony Oliveira (foto) busque outro rumo. Ele, aponta o histórico, não conviveria com o governista PSDB. E ponto.
PSB/PDT – Não obstante algumas dificuldades regionais, especialmente em São Paulo e por conta de ambições eleitorais bem definidas, a possibilidade de aliança segue tão firme quanto possível nesse cenário instável. E seria a união de siglas com postura semelhante no cenário nacional. Na boca do monte, é possível supor um acordo. Afinal, até concorrer juntos à Prefeitura os dois partidos já viabilizaram. Ah, e a federação nasceria turbinada por bancada de três edis. Brigas de beleza? Existem hoje e permanecerão. Mas o convívio será possível. Dizem.
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PELA REGIÃO – Militantes do MDB gaúcho elegeram semana passada a maior parte das direções das Coordenadorias Regionais da sigla no Estado. São, esses organismos, parte fundamental para a articulação visando a eleição municipal do próximo ano.
No caso da região centro, a militância (foto), inclusive o deputado estadual Beto Fantinel, como a coluna já havia antecipado, reconduziu o dilermandense Anderson de Pugliesi. De novidade, além do punhado de outros nomes em funções diversas, a escolha da ex-presidente do partido em Santa Maria, Magali Marques da Rocha, como vice-coordenadora.
No mesmo período, entre os eleitos estão os que compreendem os núcleos da Quarta Colônia e do Vale do Jaguari. No primeiro caso, foi escolhido coordenador o militante de Agudo, Valério Trebien. No segundo, o coordenador é Ender Del Olmo, de Cacequi.
PROGRESSISTAS – o presidente da agremiação, Mauro Bakof, confirmou à coluna a realização da convenção municipal. Ela acontece em maio ou junho, em data a ser definida. Mas, antes, informou o dirigente, haverá um seminário, com palestras a ser ainda definidas. O evento e seus debatedores são tratados por Bakof junto à Fundação Milton Campos, órgão ligado ao PP e presidido pelo deputado federal Covatti Filho.
De outra parte, embora a própria candidatura ainda esteja indefinida, Bakof, sem tratar da eleição majoritária, imagina a possibilidade de aumentar a bancada, hoje já a maior da Câmara. “Sei que parece difícil, mas garanto não ser impossível. Sabemos que a votação irá crescer, serão menos candidatos”, projeta o dirigente.
Luneta
PP GAÚCHO
Em 19 de agosto, o PP gaúcho faz convenção estadual. Após muito tempo na função, Celso Bernardi já decidiu: deixará a presidência. O anúncio parece ter sido a senha para o surgimento de vários grupos, com seus nomes, interessados no principal cargo do partido no Rio Grande do Sul e que terá a responsabilidade de conduzir a sigla na eleição de 2024 e manter sua forte presença, sobretudo no interior.
PP GAÚCHO II
Ainda há longo caminho. Mas os pretendentes já se mexem e estão em campanha. Há, inclusive, nome da região. No caso, o edil de Santiago, Fernando Oliveira. A disputa, porém, será dura. Além de Valmir Land (Condor) e Fabiano Feltrin (Farroupilha), dois pesos pesados do PP estão na disputa: o deputado federal Covatti Filho, que tem fortes apoios em Santa Maria, e o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal.
CORREDORES
Foto: Diário/Arquivo
É grande a discussão no MDB, mas a tendência parece ser mesmo de apoio ao governo Pozzobom, do PSDB. E se consolida a ideia, nos corredores da Câmara, que Tubias Callil (foto), como se escreveu aqui semana passada, saia da sigla assim que possível. A questão: para onde? As opções listadas podem ser a sequência do que há hoje. O União Brasil já é governista e o Podemos negocia Federação com tucanos.
LÁ COMO CÁ
O festival de moções ideológicas nada a ver com a comunidade não é privilégio santa-mariense. Em Porto Alegre, por exemplo, também há epidemia desse tipo de proposta. A diferença é que lá, um parlamentar, João Bosco Vaz, do PDT, incomodado, está sugerindo a limitação de duas moções por ano para cada vereador. Ainda assim, é muito. Mas melhor que agora. Tá, mas e aqui alguém terá a mesma ideia?
PARA FECHAR!
Santa Maria conta hoje com 208.126 eleitores. Deles, 58,78%, por uma razão ou outra, estiveram no cartório eleitoral e contam com a biometria feita. Do total, 85.791 ainda não se atualizaram, o que equivale a 41,22%. Como a maioria, de uma certa maneira, já se recadastrou, há quem suspeite que a cidade manterá mais de 200 mil eleitores e, assim, a possibilidade de dois turnos no pleito. Será?